Dia Mundial da Poesia
Dina, mesmo sendo autodidacta, criou duas maneiras de composição. Grande parte das suas canções nasceram primeiro pela música, que Dina apresentava a autores para ser feita a letra, a partir de palavras/frases soltas no meio do instrumental da sua guitarra e da melodia em scat singing ("cantar vocalizando tanto sem palavras, quanto com palavras sem sentido e sílabas"). Outra faceta da sua composição era musicar Poemas.
Dina musicou Poemas, entre outros, de Fernando Pessoa, António Gedeão, Rosa Lobato de Faria e José Gomes Ferreira.
É um Poema deste último que apresentamos hoje. "Arquitecto" foi musicado e gravado por Dina e consta no CD de originais Sentidos de 1997, álbum este que foi reeditado em 2013, na Colecção «Vozes do Coração» nº 19 do jornal Correio da Manhã.
"Arquitecto" é um tema intenso e despido de artifícios. Unicamente Dina, a dedilhar a sua guitarra com a sua voz melodiosa e timbre característico.
Infelizmente, continuamos a atravessar uma apertada censura (mais do que antes da "Liberdade", conquistada aparentemente em 1974!) que assassina o que é diferente e inovação. Neste século XXI Dina foi proibida de editar álbuns de originais - apesar de as cinco décadas de canções de Dina ter sempre sido uma autêntica pista de obstáculos! - mesmo tendo imenso material, só por ser Mulher e dar voz a quem a não tem. A política da "máquina" (editoras, rádios, industria discográfica, etc. ) assassinaram uma GRANDE MULHER, uma Cantora e Compositora portuguesa, com Alma, Coração e vontade de Viver, que deixa uma enorme lacuna na Música Portuguesa... E, como estamos em Portugal, com a sua liberdade podre e despotismo, a culpa morre sempre solteira! Da sua Visão, filantropia e trato maternal, ficam também Saudades Eternas.
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