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Clube Oficial de Fãs da Cantora e Compositora Dina.

Amor d'Água Fresca - 30 Anos Depois. Final do Festival da Canção

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Após ter sido apurada na segunda semifinal, Dina participa com Amor d'Água Fresca na Final do Festival RTP da Canção 1992, que se realizou a 07 de Março no Teatro São Luiz (Lisboa). A postura completamente solta e completamente livre de Dina, aliada ao seu timbre de voz único e característico, com música original (autoria da própria Dina) e facilmente identificável logo aos primeiros acordes, conjugada a uma letra (autoria de Rosa Lobato de Faria) que acrescenta um vocabulário novo ao frequente tema do Amor nas canções, recorrendo a um jogo de palavras (frutas) e sonoridades que despertam aromas, cores, formas e paladares, acabaram por ser trunfos que deram os seus frutos: Dina sagra-se vencedora com 230 pontos, mais 60 pontos que a canção classificada em segundo lugar!

 

O vestuário que Dina apresentou nesta grande noite estava em tudo relacionado com a canção que apresentou, muito fresco: Calças azul turquesa, uma fresca blusa branca com uns amores de frutas pintados à mão magistralmente pelo José Manuel Costa Reis, tendo como toque de requinte um lenço verde ao pescoço, levemente rodado para o lado.

 

» Rosa Lobato de Faria (autora da letra) e Dina (autora da música e intérprete da canção), lado a lado, permaneciam serenas durante a votação:

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» Dina, vitoriosa e visivelmente feliz, com um prémio em cada mão (um de melhor canção e outro de melhor composição ) mais um enorme e colorido ramo de flores:

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Rescaldo do Festival da Canção 2018

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(Autoria da imagem: Festivais da Canção)

 

A vitória deste ano coube à canção "O Jardim", da dupla Isaura (letra, música e coros) e Cláudia Pascoal (interpretação). É preciso recuar ao ano de 1992 para encontrar a anterior e primeira dupla feminina a vencer o Festival da Canção. A canção vencedora foi "Amor d'Água Fresca" e as suas responsáveis foram Dina (música e interpretação) e Rosa Lobato de Faria (letra). Na Música, como noutras áreas neste País, a primazia do poder ainda permanece nas mãos masculinas que, passando a redundância, não abrem mão disso. Foi só no ano passado que a RTP, televisão pública portuguesa, decidiu convidar compositoras, pela primeira vez neste século XXI (e foi uma, a Luísa Sobral, que ganhou com a canção "Amar Pelos Dois", na voz do seu irmão Salvador)! A última vez do século XX que participaram compositoras foi em 1996, quando a RTP convidou a Dina para assinar uma composição, "Ai, A Noite". Pelo que se viu nos Festivais da Canção de 2017 e de 2018, em Portugal há muitas mulheres a criar músicas, letras e a cantar muito bem. E tendo em conta os resultados, conseguem ser mais originais que os homens. Será que Portugal fará uma dobradinha na Eurovisão 2018, que se realiza pela primeira vez em Portugal?

 

Dina foi a primeira compositora a pisar o palco do Festival da Canção. Foi em 1980. Dina, para além de ter feito a música também deu voz à sua composição "Guardado Em Mim" (letra de Eduardo Nobre), uma balada com um  toque jazzístico, que está tão em voga nos últimos meses por estas terras lusas, graças ao efeito Salvador Sobral. Para além de Dina, só Maria Guinot conseguiu também a proeza de vencer este certame como autora, mas Guinot foi a primeira a conseguí-lo. Foi em 1984, com "SIlêncio e Tanta Gente" (letra, música e interpretação da sua responsabilidade). Como nota de curiosidade, Maria Guinot já tinha participado anteriormente no Festival da Canção, foi em 1981, dando a letra, música e voz ao tema "Um Adeus Um Recomeço". 

 

Um dos particpantes na final do Festival da Canção deste ano, Peu Madureira, de 31 anos, para o jornal Observador mencionou as músicas do Festival que mais marcam os portugueses. Entre elas está "Amor d'Água Fresca" que, inclusivamente, trateou com o seu timbre fadista (para ver neste vídeo, a partir do minuto 14:50).