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zonaDINAmica

Clube Oficial de Fãs da Cantora e Compositora Dina.

[ DI(n)A d_ ] Dia Internacional Contra a LGBTIfobia

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Hoje, 17 de Maio, é o Dia Internacional Contra a LGBTIfobia. "Deixa Lá" é uma composição de Dina que aborda a Diversidade (a frase da imagem acima pertence à esta canção).

De lembrar que Dina é um referente da vanguarda:

- Já em 1975 fazia concertos com canções que compunha e se fazia acompanhar em palco dedilhando a sua guitarra;

- Foi a primeira intérprete e compositora LGBTI portuguesa no palco do Eurofestival - Eurovision Song Contest, - em 1992;

- Na primeira metade da década de 90 (do século passado), Dina diz em entrevista que pertence à Comunidade LGBT, por estar farta das agressões e Ódio para com estas pessoas. Dina, torna-se assim um referente e empodera as vítimas, para estas não acreditarem nas ideias erradas que lhes incutem  esses - eles sim! - anormais, criando uma barreira entre elas, vulneráveis, e esses assassinos - o termo 'suicídio' é errado, este só foi inventado por violadores dos Direitos Humanos para os ilibar de culpa, à eles e restante pandilha!;

- É, até ao presente dia, a única mulher na História de Portugal que fez e cantou hinos políticos;

- É um ícone da Filantropia, pois desde cedo revelou um coração largo e abraçou várias causas.

 

 

 

RTP Arquivos divulga Festival da Canção 1992

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RTP Arquivos colocou à disposição do público o XXIX Festival RTP da Canção, que se realizou no ano de 1992, para festejar os 35 anos de existência da RTP. A final do Festival no Teatro S. Luiz foi apresentada por Ana Zanatti e Eládio Clímaco e a nossa Dina foi galardoada como vencedora, com a canção 'Amor d'Água Fresca'. A apresentação do Festival está divida em 3 partes: 1ª parte (apresentação de vários sucessos da música portuguesa por artistas convidados), 2ª parte (desfile das canções concorrentes; Dina ao minuto 04:50), 3ª parte (apresentação de vários sucessos da música internacional por artistas convidados, votação das 22 capitais de Distrito, entrega de prémios e repetição da canção vencedora; Dina ao minuto 01:13:16 e seguintes). Diz-se que Festival sem polémica não é Festival, mas também Festival sem gafes e erros (entrega de prémios à pessoa errada, blackout de câmaras, violinistas que apanham sustos, etc.) não é Festival... Tudo isto "é uma casa portuguesa, com certeza". A canção 'Amor d'Água Fresca' recebeu 230 pontos (mais 60 do que a segunda classificada) e 4 prémios: Orquestração (Luís Filipe), Letra (Rosa Lobato de Faria), Música (Dina) e Intérprete da Canção Vencedora (Dina).

 

Uma das curiosidades à volta de 'Amor d'Água Fresca', para além da polémica com a letra, que já destruímos e descodificamos (ver aqui e páginas seguintes), é a utilização do lenço verde (ao pescoço ou espreitando do bolso superior do casaco dos elementos masculinos). Há quem diga que simboliza a Natureza, a Esperança... mas há quem diga que esse adereço está relacionado com o cravo verde que utilizou Óscar Wilde numa apresentação pública, ideia do próprio Wilde. Perguntaram-lhe o significado e a resposta de Wilde foi: "Nada em concreto, mas isso é justamente o que ninguém suporá". Desde então, de alguma maneira faz parte da iconografia Queer (de quem é integrante da Comunidade LGBTQI+ e de quem se associa e apoia a Causa). O filme The Trials of Oscar Wilde (1960) aborda esse período do escritor, o tal d' "o amor que não ousa dizer seu nome"; o filme recebeu o Golden Globes Awards de Melhor Filme Estrangeiro em Língua InglesaUma flor verde na lapela foi utilizada por Elliot Page em 2021. Não vamos alimentar simbolismos, fica ao critério de cada um(a) o significado que queira atribuir ao lenço verde, caso isso queira.

 

Mas antes da Final do Festival da Canção, aconteceram 5 semifinais, e a Dina participou na 2ª semifinal (Dina ao minuto 23:46) e foi apurada para a final ao obter 40 pontos, a melhor classificação dessa semifinal e a 2ª melhor de todas as 15 semifinalistas.

 

Como não há duas sem três, depois da semifinal e final do Festival da Canção, viajamos para o que aconteceu depois da vitória de Dina no Teatro S. Luiz:

»» I - Promoção discográfica: 

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Single

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Minicassete

 

»» II - Videoclip e versões linguísticas oficias:

- Português - o videoclip, também visualmente, é o mais "irreverente" e marcante até então (e da história do festival, ou dos mais, pelo menos), a influência deste é notória nos videoclips das representantes portuguesas de 1993 e 1994):

- Inglês - Esta versão é profundamente activista, há um paralelismo entre as poluições ambiental e social deste mundo patético (ruído, solidão, dinheiro/poder,...) e a chegada da pessoa que refresca a Dina e da qual ela recolhe cada baga do seu Amor:

 

- Francês - Ao Golem de frutas, Rosa Lobato de Faria acrescenta inúmeras flores comestíveis, aumentado a diversidade de cores, aromas, paladares texturas e sons:

 

- Castelhano - É a versão mais próxima ao original, em português, mas é indiscutivelmente notória a pitada de ¡Olé!, com referência ao calor e à flor de laranja ('flor de azahar'), tão característicos no país vizinho:

 

»» III - No 2º ensaio para  o  Eurofestival, e já no palco sueco, Dina interpreta a versão bilingue de Amor d'Água Fresca:

 

»» IV - Dina interpreta a versão portuguesa de Amor d'Água Fresca na final do Eurovisiong Song Contest 1992, completamente solta e livre:

 

"Aguarela de Junho" - 25 Anos (IV)

 

As canções de Dina são sementes de Liberdade, de Amor, de Igualdade e de Inclusão. O legado de Dina são as suas canções, o altruísmo e o artivismo.

 

»Já não se usa / Não ser capaz« (4)

"Somos todos pessoas e ponto!". Era esta a resposta que, calmamente, Dina respondia quando nos últimos anos ainda era "picada" sobre alguma temática LGBTQIA+. Cada pessoa tem a sua indentidade, que é diferente mesmo em gémeos! As pessoas dentro da comunidade LGBTIQ+ são todas diferentes, não se pode obrigar a todo este grande e diverso grupo a pensar e agir de uma única determinada maneira. Afinal, são pessoas ou coisas programáveis? "Os rótulos são descritivos, não prescritivos" (Stefano Verza, psicólogo clínico).

 

Dina não transgride, como várias vozes ocas a acusaram, mas antes transcende. Dina actuo em situações e climas hostis, intimidatórios, mas saiu sempre por cima. Dina deu o corpo às balas ao afirmar-se publicamente como membro da Comunidade LGBT no início da década de 90 (por Dina ser completamente transparente, todos sempre souberam desde sempre; sendo discreta nunca viveu escondida), pois já não suportava a violência para com essas pessoas e o seu assassínio, em muitos casos.

 

 

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»»» Bónus:

Deixamos um hino reivindicativo de Dina pela causa LGBTQIA+, neste seu Dia Mundial: Deixa Lá.

 

"Aguarela de Junho" - 25 Anos (III)

 

 

Dina é fiel a sí própria, é o que é - artivista, - e como tal, canta o empoderamento. Doa a quem doer!

 

»Já não se usa / Não ser capaz« (3)

Havia um canal do Youtube com o vídeo do segundo ensaio de Dina na Eurovisão, em Malmö, em que havia vozes ao redor da câmara, antes de começar dito ensaio, com vocabulário pejorativo se a Dina seria "mister" ou "miss" (quiçá algumas dessas vozes de fundo eram de dentro da Comunidade LGBTIQ+), mas depois do ensaio da canção a ovação surgiu, também pelo facto de ter sido apresentada uma versão diferente à do primeiro ensaio, pois foi bilingue, em português e inglês.

 

Há também muito ódio e preconceito entre os membros da Comunidade LGBTIQ+, achando-se umas pessoas superiores às restantes, criando subdivisões com posturas machistas, feministas e outras '-istas', que, como é de esperar, corroem e destroem. Há que haver diálogo e bom senso, há que remar juntos e bem sincronizados se o objectivo é vencer (ou pelo menos chegar a algum lado) - essas pessoas não sabem que a Diversidade é... DIVERSA! Nos Estados Unidos (e não só), durante o período feroz do HIV/SIDA nos 80´s, os homens homossexuais (e não só!) estavam a morrer pela inexistência de sangue nos hospitais. Foram as mulheres lésbicas que se colocaram na primeira linha de batalha contra a doença e fizeram em massa transfusões de sangue para os poderem salvar (fonte). Como se fosse pouco, foram elas que se acercaram aos doentes nos hospitais, que estavam completamente isolados e numa solidão profunda, dando-lhes afecto e retirando-lhes a culpa e a vergonha. Como sinal de reconhecimento e gratidão, a Comunidade, então GLBT, decidiu antecipar a sigla L (de lésbicas), cabendo-lhes as honras de abertura da designação desta diversa Comunidade, que se mantém até hoje a nível mundial: LGBT.

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"Aguarela de Junho" - 25 Anos (II)

Dina é uma cantora e compositora diversa, artivista por natureza. Em meados de 1994 Dina estreia publicamente "Aguarela de Junho", uma trova belíssima acabada de ter letra da Rosa Lobato de Faria e que viria a ser gravada em 1998. Com esta canção Dina pronuncia e visibiliza que é 'o amor que não ousa dizer o seu nome'. Algo que nunca foi segredo, pois Dina sempre foi fiel a si própria. Contra o Ódio marchar, marchar. A apresentação da canção foi só com voz e guitarra, em que Dina utilizou os característicos vocalizos.

 

»Já não se usa / Não ser capaz« (2)

As palavras proferidas pela Dina sobre a sua sexualidade nos 90´s, em um Portugal onde imperava e impera ainda hoje o ódio, trouxe prejuízos à sua carreira artística, por pura estupidez de quem os praticou, "estupidez" essa que é crime punível por Lei (mas que NUNCA se aplica, como em tantas outras leis portuguesas)! Desde que a Dina apareceu na televisão e nos concertos, notava-se que ela era uma mulher com uma presença diferente, não só musicalmente falando, mas visualmente. É inteligível que as mulheres (assim como os homens) não são todas iguais, e Dina em nada dissimulava e vestia a pele de uma personagem muito feminina, segundo os cânones estereotipados que ditam as modas. Dina se apresentava tal e como era onde tinha de ir e estar, não deixando de ser Mulher.

Dina conseguiu transformar o que as mentes pequenas e nulas achavam de vergonha em orgulho, um ORGULHO SEM PRECONCEITO. Nos concertos, Dina cantava "Aguarela de Junho" com todo o sentimento e pujança que esta canção pede, transformando-a em um belíssimo hino da visibilidade lésbica e de empoderamento.

 

"Aguarela de Junho" - 25 Anos (I)

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Em 1998 Dina participa na Banda Sonora da telenovela Os Lobos (RTP) com duas canções: "Vitorina" (do álbum 'Sentidos', de 1997) e o tema inédito e autobiográfico "Aguarela de Junho".

 

 

Letra (Rosa Lobato de Faria):

Uma janela
Aberta ao mar
Um barco à vela
A deslizar
É Primavera
Na minha mão
Na tua hera
Que ao sol me espera
Já é Verão

Uma janela
De par em par
Numa aguarela
De azul e mar
Num horizonte
Feito a pincel
E os tons da tarde
São mais verdade
Na tua pele

Já não se usa
Não ser capaz
Tiras a blusa
A cor do lilás
E ao ver-te nua
E tão mulher
Na jarra verde
Morreu de sede
Um malmequer

 

»Já não se usa / Não ser capaz« (1)

Dina tem um timbre de voz e uma forma de cantar únicos e facilmente detectáveis e reconhecíveis, são a sua MARCA. A marca Dina também vai para além das suas canções e músicas, é igualmente indissociável desta a sua filantropia e o seu artivismo.

 

Anos antes da edição desta canção, a cantora e compositora Dina volta a agitar as águas, desta feita não pela sua música, mas falando publicamente da sua sexualidade em uma entrevista. Foi um ímpeto que a Dina sentiu a meio da década dos 90's, não para chamar os focos a si, mas para as variadas formas de violência física e mental que as pessoas LGBTIQ+ sofriam, para além da sua invisibilidade e do ostracismo a que eram remetidas. Este "pequeno" gesto de Dina, literalmente, salvou vidas, ao, algumas pessoas, tomarem consciência que não são as únicas no mundo que têm essa forma de sentir e amar, que não são aberrações (como os outros lhes afirmam e gritam), que há muitas mais pessoas como  elas e que isso é perfeitamente normal, não é uma doença nem crime! Essas pessoas diluiram assim o sofrimento e ganharam vontade de viver e força para lutar contra o ódio que as querem matar. Nesse tempo, como nos dias de hoje.

 

"Amar Sem Aviso" ao vivo (1980)

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Em 1980 Dina lança "Amar Sem Aviso", uma emotiva balada com Música da própria Dina e Letra de Eduardo Nobre, que fala do banal e complexo que é o Amor. Vai mais para além de um namorico, é algo sério. Muito sério, alias! Tão sério que este sentimento se auxilia de subterfúgios, de um jogo de tons claro-escuro, de meias palavras e acções, de máscaras, mentiras, segredos... E tão somente por ser "um amor que não ousa dizer o seu nome" ("the love that dare not speak its name"; verso do poema 'Two Loves' de Lord Alfred Douglas, 1894), apesar desse "tipo" de amor - a Diversidade! - existir há tanto tempo como a Vida neste Planeta! Com "Amar Sem Aviso", no pudico Portugal do ano 1980, Dina levanta a ponta do véu e diz o que ama, sem tapumes (mas com os obrigatórios eufemismos!), à semelhança do que fez com "Guardado em Mim", a sua canção-revelação meses antes no Festival da Canção. Dina voltaria a erguer, e mais claramente, a voz dos Direitos Humanos deste seu colectivo dois anos depois com "Deixa Lá". Seria em 1998, com a canção autobiográfica "Aguarela de Junho", que Dina escancararia as portas da "vergonha" e gritaria aos quatro ventos que ela própria é aquele Amor (que não ousava dizer o seu nome)!! Brava, esta enorme Mulher artivista!!

Nota zDm: As canções de Dina são completamente soltas e livres, não estão agrilhoadas a rótulos e, pior ainda, a pensamentos de Ódio! Quem tem meio dedo de testa não vai em Sinédoques, isto é, não despreza a totalidade de uma pessoa só por não gostar de um pequeno ponto muito pessoal da vida daquela (não falamos em actos que são considerados de crime!). Muitos há que têm enormíssimas traves nos próprios olhos e andam com grossas lupas à procura de um nanocóspico cisco no olho do outro. A perfeição é uma utopia, ao contrário dos telhados de vidro (que alguns se esquecem que os têm). Deixemos-nos ir na Beleza da Música de Dina, que o resto são tretas. Mais uma vez, a tecla é a mesma: Haja Respeito!

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No seguinte vídeo, Dina interpreta as duas estrondosas canções do seu segundo e recente single Pássaro Doido (1980): O rock "Pássaro Doido" (excerto) e a balada "Amar Sem Aviso" (min. 02:20), estilos musicais tão opostos que se complementam e equilibram, ilustrando a diversidade musical que marca e flui naturalmente em Dina, assim como são os seus famosos e peculiares vocalizos (scat singing)Ambas as canções têm Música de Dina, para as quais o Eduardo Nobre fez as Letras respectivas:

 

 

Dia Internacional Contra a LGBTIfobia

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Hoje, 17 de Maio, é o Dia Internacional Contra a LGBTIfobia. "Deixa Lá" é uma composição de Dina que aborda a Diversidade Sexual (a frase da imagem acima pertence à esta canção).

De lembrar que Dina é um referente da vanguarda:

- Já em 1975 fazia concertos com canções que compunha e se fazia acompanhar em palco dedilhando a sua guitarra;

- Foi a primeira intérprete e compositora LGBTI portuguesa no palco do Eurofestival - Eurovision Song Contest, - em 1992... E quiçá a primeira no dito festival;

- É, até ao presente dia, a única mulher na História de Portugal que fez e cantou hinos políticos;

- É um ícone da Filantropia, pois desde cedo revelou um coração largo e abraço várias causas.

 

 

 

Contra a LGBTIfobia

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Dia 17 de Maio é o Dia Internacional Contra a LGBTIfobia. "Deixa Lá" é uma composição de Dina que aborda a Diversidade Sexual (a frase da imagem acima pertence à esta canção).

De lembrar que Dina é um referente da vanguarda:

- Já em 1975 fazia concertos com canções que compunha e se fazia acompanhar em palco dedilhando a sua guitarra;

- Foi a primeira intérprete e compositora LGBTI portuguesa no palco do Eurofestival - Eurovision Song Contest, - em 1992... E quiçá a primeira mulher compositora no dito festival;

- É, até ao presente dia, a única mulher na História de Portugal que fez e cantou hinos políticos;

- É um ícone da Filantropia, pois desde cedo revelou um coração largo e abraço várias causas.