Hoje é o Dia Mundial da Luta Contra a SIDA e, pelo 32º ano, realiza-se a Gala Abraço no teatro S. Luiz pelas 20h00, na Sala Luís Miguel Cintra. Uma Gala que apela à Diversidade, mas peca pela ausência de diversidade, já que não há presença de Drag Kings, entre mais.
Na recente série Fellow Travelers, aparece algumas vezes a Stormé DeLarverie, que cantava num bar como Drag King. A mesma série aborda a temática da SIDA, onde, lembramos, as mulheres lésbicas saltaram para a frente de batalha, doando sangue em massa, visitando os doentes de SIDA que estavam tirados para a solidão, tirando-lhes a culpa e dando-lhes afecto!
Em 1991, Dina edita o LP Aqui e Agora, onde está a canção 'A Ilha do Tesouro (Sair Daqui)', que diz "não foi para morrer que nós nascemos" e "não sou rês para este matadouro", uma referência à SIDA e a aquilo que nos aprisiona, apelando à esperança e força de vontade para soltar amarras desse "cais".
Dina no Festival da Canção 1992, em que saiu vencedora, interpretou a canção 'Amor d'Água Fresca' com um lenço verde ao pescoço, simbolizando o Meio Ambiente,... mas pode ter uma leitura 'queer', ao fazer referência ao cravo verde que usou Oscar Wilde numa apresentação pública,... mas o verde do lenço/laço está igualmente ligado à consciencialização das doenças sexualmente transmissíveis, que inclui o VIH/SIDA.
Em 1987 Dina aceitou o desafio de cantar Fado pela primeira vez, com o tema 'Ouve Lisboa' de e com o fadista Vasco Rafael, em um programa do Joaquim Letria. Dina consegue transmitir vocalmente a essência do Fado, apesar de, com muita pena e vergonha alheia, o instrumental não ser o habitual do Fado de então (orçamento nulo do programa e da televisão pública). Algo que se tornou moda há vários anos à esta parte é chamar de Fado ao que não soa a Fado, vocal e instrumentalmente falando - salva a honra do convento o Fado de Coimbra (por enquanto)! - Eis o vídeo do dueto invocando, de viva voz, 'Ouve Lisboa' (a experiência nunca foi editada discograficamente):
Estamos às portas daquele que é, por tradição, o Dia (2 de Novembro) de celebrar aquelas e aqueles que já partiram deste Mundo e que deixaram, em quem por cá ainda anda, um vazio cheio de Saudade, mas também uma plenitude de Memórias de bons momentos partilhados. Dina é uma dessas ausências que se fazem notar, que faz falta à família, amigos, fãs e também à Cultura deste Portugal e às suas gentes, que, com a sua personalidade, atitude na Vida e estilo ímpar, abriu visões e criou consciências para o Amor, a Liberdade e o Bem Comum.
Dina não era indiferente ao que a rodeava, tinha um coração maternal pleno de Humanidade, oposto à passividade e ao conformismo. Dina não foi em vida água parada e choca, foi uma constante onda tsunámica completamente solta e livre que agitou/agita mentes adormecidas. Dina faz parte da Identidade Nacional de Portugal, para a qual em muito contribuiu e ergueu a voz!
Também hoje, neste tríduo de Primavera Eterna,a ausência de Dina faz-se presença e damos o reconhecimento à esta Cantora e Compositora universal (Ondina Veloso) e recordamos o seu sorriso, a sua Vida, o seu timbre único e a sua Música, sempre em nós e entre nós.
Nota zDm: Intrinsecamente, também lembramos aquelas pessoas que colaboraram com Dina de alguma forma e que também já partiram fisicamente: Rosa Lobato de Faria, João Falcato (sobrinho de Dina), Luís Filipe [Aguiar], José Mário Branco, Armando Gama, Carlos Paião, Vasco Rafael,...
Tendo em conta o Dia Mundial da Música (1 de Outubro) a Junta de Freguesia de Santo António de Lisboa decidiu colocar 200 cantores a forrar bancos de jardim, sendo que cada banco contem 3 códigos QR, que através do uso do smartphone leva respectivamente para 3 músicas desse artista. A Cantora e Compositora Dina encontra-se na Avenida da Liberdade, no Canteiro BBVA (12) no banco nº 59. Até final deste mês podem recorrer os vários bancos e recordar/conhecer 3 canções de cada cantor.
A já longa rubrica na Antena 3 de Hugo van der Ding, cartunista e escritor, entre mais, sobre personalidades que morreram num determinado dia, recorda o quinto aniversário da partida física da Cantora e Compositora Dina, a 11 de Abril de 2019, com pinceladas pessoais.
Fica uma correcção fraterna, caso se venha a publicar num 3º volume de Vamos Todos Morrer: A segunda participação de Dina no Festival da Canção foi em 1982, e não em 1983. Também em 1982 Dina participa na Banda Sonora da telenovela Vila Faia. "Há Sempre Música Entre Nós" foi lançado em 1981 (no lado B do single estava "Retrato"). Seria interessante lá colocar também as palavras do Samuel Úria, assim como a amizade do Hugo com o filho do escritor Eduardo Nobre (os livros deste serviram/servem de inspiração para as suas caricaturas, com mais de uma década e meia de história(s)?). Os maiores sucessos para o Hugo, para esta rubrica que já conta com cinco anos, assim como outros projectos, e o agradecimento pela coragem de ter falado da saúde mental sem tabus (e ainda o estar a fazer!).
Nem tudo na Música de Dina é só pura evasão e divertimento, também é criar consciência! Apologista dos valores da Liberdade, da Democracia e dos Direitos Humanos e tendo em conta o seu trato maternal, coração largo, sensibilidade e disponibilidade fraterna a causas sociais, tornam a Dina em um referente como SER HUMANO, um VERDADEIRO ORGULHO NACIONAL, ao ser impulsora de actos e feitos nobres!
As canções vivem dos sentimentos de Dina, mas também o que a rodeia as influencia.
As situações sociais, que sensibilizam Dina, motiva-a a que ela crie uma música que canalize e empodere quem está frágil e/ou em situação vulnerável, como por exemplo uma doença ou outra situação pessoal - o artivismo é um imperativo ético para Dina. - Ao ser uma pessoa muito sensível fez com que Dina passasse momentos difíceis com perdas familiares em um curto espaço de tempo - da mãe, de uma irmã e dos dois irmãos. - Juntando isto ao veto para trabalhar (fazer concertos em vários pontos do país e editar trabalhos de originais), assim como outras violações dos Direitos Humanos impostos por não-pessoas, resultou no brutal assassínio de Dina por parte destes.
A generosidade e Humanidade de Dina extravasava também a área da música. Na década de 90, segundo o departamento de busca e salvamento, a cantora Dina doou uma cadela ao departamento, que durante mais de dez anos serviu várias causas dentro e fora de fronteiras, mas esta também gerou a continuidade de mais socorristas para inúmeras missões neste País e no estrangeiro.
Também a meio da década de 90, Dina revela pertencer à Comunidade LGBT, por estar cansada dos maus tratos tratos e assassinatos dos seus membros e contribuir para a mudança de mentalidade e instrução das portuguesas e dos portugueses. Foi um gesto ousado que salvou inúmeras vidas humanas, pois afinal o amar alguém não era nada de mau e obviamente algo de anormal e errado, mas, impensavelmente, lhe fechou portas, assim como lhe fechou outras portas ter acreditado (por inocência) que Portugal era um país democrático e livre e ter sido a primeira e única mulher a ter feito a música de hinos políticos e os ter interpretado em Portugal (terreno exclusivo para homens, como se provou).
O somatório de todas estas particularidades de Dina, descritas ao longo destes quatro artigos,constituem as características da sua Música. Não se pode separar de forma física ou química o que é uno. Infelizmente, Portugal é (ainda) umaterra onde não se valoriza Valores nem Qualidades das suas gentes, não sendo consideradoo berço do Alzheimer por da cá aquela palha.
Na verdade, não é por acaso que muitos especialistas atribuem à Dina o cognome de PIONEIRA NA MÚSICA.
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Nota zDm: Como é apanágio em Portugal, dá vergonha alheia a inveja que impera na Cultura. Nos tempos que correm, Artistas de outros países, não gostando da maneira como a industria trabalha e os trata, criaram vias próprias para canalizar as suas criações para o seu público. Dina fez muita música que por inumeráveis questõesnunca foi editada, havendo muito material - apesar de lutas insistentes e constantes desde o ano 1999 para gravar um álbum de originais, -mas também há músicas de Dina que não foram editadas ora por estaremempoeiradasnos arquivos televisivos e outros (ou foi perdidade facto!), ora por estaremregistadas em áudio (belíssimamente) nuas, só com voz e guitarra, seja lá em português, inglês ou 'scat singing'/vocalizações, seja lá com qualidade de estúdio ou não, O QUE IMPORTA É QUE A MÚSICA DE DINA TEM O DIREITO DE MERECER SER CONHECIDA, A MÚSICA DE DINA MERECE ACARICIAR E AFAGAR E FAZER-SE SENTIR EM NÓS, OUVINTES/FÃS (ACTUAIS E FUTUROS), PARA NOS MARAVILHAR, DELICIAR, ESPANTAR, DESPERTAR, VITALIZAR E NÓS, OUVINTES/FÃS, TEMOS O DIREITO DE OUVIR AS CANÇÕES DE DINA, O SEU TIMBRE ÚNICO E MAGNETIZANTE, AS SUAS COMPOSIÇÕES, AS PALAVRAS/MENSAGENS QUE DELASTRANSBORDAM, ASSIM COMO A INTERPRETAÇÃOTÃO PRÓPRIA E TODO O UNIVERSO QUE CONSTITUI E CIRCUNDA O REPERTÓRIODE DINA E QUE NOS MERGULHAM EM EXPERIÊNCIAS IMERSIVAS E SINESTÉSICAS, DAI O PEDIDO INSISTENTE E CONSTANTE DOS FÃS PARA SER DIVULGADA A MÚSICA E AS CANÇÕES INÉDITAS DE DINA, ASSIM COMO RECUPERAR TRABALHOS ANTIGOS (COMO OS DOIS EPs DOS ANOS 70s) - há o crowdfunding, por exemplo, entre mais.